terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Polivalência:Mito ou Realidade


Sem a renovação de costureiras há mais ou menos cinco anos,as confecções vêm enfrentando o problema da falta de conhecimento técnico para a operação de várias máquinas por uma única costureira, a chamada polivalência - o sonho de todo empresário do ramo.
Tudo o que as confecções mais querem hoje são as costureiras que trabalhem em pelo menos duas ou três máquinas diferentes, dependendo do produto que vai ser costurado e que, no mínimo, saibam usar overlock, galoneira e reta. Esta é uma realidade que estamos vivendo no mercado de trabalho, pois há escassez de novas costureiras, já que a safra de cinco anos atrás não vem se renovando, o que dificulta a qualidade de bons profissionais.
Os programas de treinamento e desenvolvimento estão muito aquém das necessidades dos empresários. Um ponto que não podemos negar é a falta de incentivo para gerar novos profissionais. Observe nas indústrias concorrentes que você conhece e verá que a faixa etária destas mulheres supera os 35 anos. Dificilmente encontra-se jovens de 18 a 22 anos, idade de início de carreira , devido também da inexistência da divulgação, treinamento e até de oportunidade dentro das próprias confecções,de não atrai novas candidatas. Tudo isso gera uma reação em cadeia, que é a falta de preparo e profissionalismo destas pessoas, o que dificulta cada vez mais encontrar o tão procurado “operário polivalente”.
Algumas empresas fazem um esforço enorme para terem sua própria mão-de-obra para o “plantio”, criando escolinhas internas, onde a pessoa entra para um treinamento de quatro semanas e, na quinta semana, passa a desenvolver atividades já na produção. Este treinamento normalmente é feito em máquinas retas, overlocks ou galoneiras. Via de regra, uma pessoa treinada em sistemas como esses, pode estar rendendo até 70% de eficiência ao longo de seis meses, podendo atingir a polivalência.
Mas por que a polivalência é tão importante?
Com a necessidade de reduzir custos e aumentar a produtividade, implantam-se sistemas de produção para se ter melhores rendimentos no processo e, desta maneira, conseguir um “time” de produção equilibrado. Independente dos sistemas célula, vac ou pit, nesses casos são fundamentais costureiras que possam conduzir mais de uma máquina, fazendo operações diferentes e podendo dar maior flexibilidade aos balanceamentos que forem criados.
Quando trabalha-se com o sistema “melinar” de produção (refiro-me ao tempo e não à utilidade e resultado que traz), não há necessidade de obter-se costureiras polivalentes, pois estas pessoas executam tarefas constantes durante a inteira jornada de trabalho, em alguns casos não sabem operar outra máquina. Isso é uma das dificuldades encontradas para desenvolver uma costureira polivalente dentro deste método de produção. Devido à acomodação, não há estímulo para que a operária aprenda em outra máquina.
Para tentar ajustar um pouco este panorama de dificuldade e falta de profissionalismo, podemos movimentar categorias e sindicatos juntos a órgãos competentes e mudar a imagem da classe “costureira”, tornando atrativa sua profissão, o que não é mais do que obrigação destes departamentos. Em grandes centros, há uma facilidade maior de se obter treinamento, mas o que dizer de quem está no sul de Minas ou em Fortaleza, onde a infra-estrutura não gera recursos para o desenvolvimento desta categoria? E pior: vende-se esta ilusão a empresários que, muitas vezes, mudam sua estrutura para lugares onde o piso salarial é muito inferior, mas não condizente com a qualidade necessária para operar o maquinário e acabam ficando com níveis baixíssimos de eficiência e produtividade.
A questão justamente é buscar recursos próprios e desenvolver polivalência dentro da própria empresa, não só fazendo um questionário na hora da contratação, perguntando se a candidata realmente trabalha em mais de uma máquina ou não, mas tomando atitudes de comando para realizar testes, verificando o índice de aproveitamento dela em máquinas diferentes e até estimulando por uma diferenciação de ganho.
É certo que, para se ter rendimentos condizentes com a produção, além de ser polivalente, é necessário capricho, pois não adianta ter volume de produção com um alto índice de reprocesso, o que tornaria improdutivo a indústria. Também é necessário investir em treinamento e acompanhamento para que se possa extrair ao máximo as duas variantes e, desta maneira, tornar realidade o mito da polivalência.

Na se vê nenhuma melhora na remuneração destas profissionais que justifiquem atrair mais candidatas para atender a demanda de vagas nas confecções.Para não ir muito longe, nem a preocupação de muitas confecções em tentar transformar o ganho atrelado a incentivos em dinheiro, onde a roupa seja transformada em dinheiro.Ideologia esta que defendo quebrando todos os paradigmas de eficiência,meta ou quaisquer coisa do gênero.Qualquer coisa do tipo, aonde consigo enxergar o ganho do profissional na base da Meritocracia.Ainda há, um número muito pequeno daquelas corporações que não dão uma cesta básica,vale alimentação ou até um plano de saúde.

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