quarta-feira, 31 de março de 2010

Serra anuncia desoneração sobre têxteis e critica concorrência desleal


Governador de SP anunciou redução da alíquota de 12% para 7%.
'Temos que amarrar tênis da competitividade no Brasil', afirmou.

Ao lado do presidente da Fiesp, Paulo Skaf (à esq), o secretário de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin e o governador José Serra conversam, observados pelo deputado estadual Barros Munhoz (Foto: Roney Domingos/ G1)
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (29) a redução, de 12% para 7%, na alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para as empresas do setor têxtil. Serra afirmou que o setor é prejudicado pela concorrência desleal com os produtos importados e defendeu mudanças que possibilitem aos produtos brasileiros melhores condições de competitividade.


"Eu não posso, em uma corrida, o adversário com o tênis novinho e bem amarrado e eu com o tênis desamarrado. Ai não dá. Posso até ser melhor corredor, mas com o tênis desamarrado não vai dar certo. Nós temos que amarrar este tênis da competitividade no Brasil", afirmou.

Logo depois do evento, em entrevista, Serra explicou a declaração: "É o problema da desigualdade na competição. Países como a China são useiros e vezeiros nas práticas desleais de comércio e o Brasil ainda não conseguiu se defender à altura, apesar das intenções corretas do governo nessa direção. Ainda temos que fazer mais coisas nessa área", afirmou.


Como fazer

As empresas têm até 30 de abril para procurar a Secretaria da Fazenda paulista e requerer a redução da alíquota. De acordo com o governador, existe compromisso por parte das empresas em repassar a redução para os atacadistas.


Serra afirmou que a medida vai beneficiar um setor que emprega cerca de 500 mil pessoas em São Paulo e que fatura e torno de R$ 28 bilhões por ano, com cerca de R$ 1 bilhão recolhidos em impostos.


"Essa medida não resolve todos os problemas", disse, antes de citar, como itens a serem resolvidos, a carga tributária elevada e as práticas ilegais de comércio contra as quais, segundo ele, o Brasil não se defende tanto quanto necessário.

Serra disse que o trabalhador e o empresário brasileiros hoje são muito eficientes, "mais do que os chineses" e os problemas de competitividade São macroeconômicos.


"Não é porque tem olhinho puxado que tem produtividade maior. Ele se esforçam muito, mas nós temos uma eficiência microecnômica muito grande. Os problemas que nós temos são macroeconômicos", afirmou.


"Portanto, nós temos que ir criando condições em nosso estado - que é o mais industrializado - e em nosso país, que permitam padrões justos de competitividade. Isso é um problema crucial."

Fonte:g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo

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