quarta-feira, 17 de março de 2010

Vicunha será maior têxtil do mundo com fábrica em MT, diz Steinbruch


Indústria poderá processar 65 mil toneladas de algodão e produzir 72 milhões de metros de tecidos por ano

CUIABÁ - O presidente do Grupo Vicunha, Ricardo Steinbruch, informou que o grupo se tornará a maior indústria têxtil do mundo, com a instalação da nova indústria em Cuiabá. A empresa hoje é a maior do setor na América Latina. A empresa assinou hoje protocolo de intenções com o governo de Mato Grosso e a Prefeitura de Cuiabá para instalação de uma fábrica no município.


A indústria, que deve entrar em funcionamento em três anos, terá capacidade para processar 65 mil toneladas de algodão e produzir 72 milhões de metros de tecidos por ano. O parque industrial ocupará uma área de 60 hectares. O investimento previsto é de R$ 350 milhões, englobando as obras civis, maquinário, mão-de-obra e capital de giro.


Atualmente, a Vicunha produz e comercializa índigos, brins, fios e filamentos. As fábricas estão localizadas no Ceará, Rio Grande do Norte e em São Paulo. Steinbruch explicou que a escolha de Cuiabá foi fundamentada na estratégia de a produção estar mais próxima da principal matéria-prima, uma vez que Mato Grosso é o maior produtor brasileiro de algodão.


As concessões de incentivos fiscais também contribuíram para a escolha de Mato Grosso. O prefeito Wilson Santos (PSDB), pré-candidato à sucessão de Blairo Maggi (PR) ao governo do Estado, autorizou a concessão de 70% de incentivo fiscal para a Vicunha, além da doação do terreno para instalação da empresa. O acordo também prevê que o poder público irá disponibilizar infraestrutura para o empreendimento, como energia elétrica, água, transporte coletivo, coleta de lixo.


Blairo Maggi, que no fim do mês deixa o cargo para se candidatar ao Senado Federal, diz que a instalação da indústria da Vicunha é um passo importante para o desenvolvimento da cadeia produtiva do algodão. O secretário estadual de Indústria e Comércio, Pedro Nadaf, informou que as negociações se intensificaram nos últimos seis meses, mas o primeiro contato com a empresa foi feito há dois anos.


Nadaf destacou que a industrialização irá agregar valor de até dez vezes em relação ao preço do algodão comercializado "in natura". Ele afirmou que na próxima semana executivos da Hering estarão em Mato Grosso para sondagens. "A ideia é transformar Mato Grosso num polo têxtil", disse Nadaf.


Fonte:economia.estadao.com.br

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