sábado, 15 de maio de 2010

Adequação das máquinas aos tecidos


Os equipamentos devem ser definidos na ocasião do desenvolvimento dos produtos e devem visar sempre a melhor qualidade da costura e aos diferentes acabamentos, que irão agregar valor ao produto


Após o corte e preparação da costura, começa o processo de construção da peça – o fechamento e o acabamento –, e assim teremos o produto desenvolvido. Mas, para obter a qualidade na costura, muitos conceitos são importantes, tais como: classificação de pontos, tipos de costuras, de equipamentos, adequação de materiais e outros que serão abordados nesta seção em várias edições de O Confeccionista, para uma melhor compreensão dos leitores.
É preciso, de início, adequar os tecidos em relação aos equipamentos. Isso varia conforme a estrutura (tecido plano ou malha), gramatura (tecidos leves a superpesados), espessura, características particulares e a maneira como devem ser confeccionados, conforme definido no seu desenvolvimento.

De acordo com a estrutura dos tecidos, podemos utilizar alguns equipamentos básicos (máquinas) como reta, overloque juntamente com a reta, interloque, fechadeira para costuras de fechamento de tecidos planos, overloque e overloque ponto cadeia para malhas.

Já para costuras de acabamento, costumam ser usadas a reta (utilizada tanto para tecidos planos e malhas), e a galoneira (para malhas). Outras máquinas como caseadeira, travete, botoneiras são utilizadas para as duas estruturas de tecidos.

Além disso, os sistemas de transporte (calcador e transportador) dos equipamentos também devem ser escolhidos de acordo com a gramatura, espessura e as características particulares de cada tecido. Para os leves, geralmente são empregados sistemas de transportes simples, mas, em acabamentos diferenciados, um calcador de teflon auxilia no transporte de tecidos sintéticos e reduz o seu aquecimento durante o processo de costura. Já para estruturas pesadas, como jeans, brins, sarjas, lonas etc., podemos ter máquinas de transporte duplo ou triplo, dependendo das características do tecido, que vão auxiliar no “puxamento” dele e melhoram a qualidade da costura, evitando, assim, costuras com pontos falhos, enrugadas, caídas, tortas etc.

Também um aspecto para o qual poucas confecções atentam – e que interfere diretamente na qualidade da costura – é o conjunto de molas tensoras. Se a regulagem das tensões de linhas e fios não estiver de acordo com a gramatura dos tecidos, pode gerar costuras enrugadas e o rompimento dos pontos ao se tracionar a peça. Podemos ter, portanto, um conjunto de molas que variam desde leves a pesadas.

Esses dois pontos – as partes que compõem o equipamento e a regulagem das tensões – são fatores fundamentais para a qualidade da costura. Por exemplo: a densidade de pontos por centímetro deve ser adequada a cada tipo de estrutura de tecido e aplicação final deste produto, para se evitarem defeitos comuns, como esgarçamentos, enrugamentos, pontos rompidos, pontos falhos etc.

Um equipamento muito interessante é o overloque. A regulagem dele interfere e muito na qualidade da costura, pois na maioria das confecções as colaboradoras regulam o comprimento do ponto da costura numa parte do equipamento que se chama diferencial, que tem por função alongar ou franzir o tecido de acordo com suas características. Malhas para fitness possuem alta elasticidade, e isso colabora para que as costuras tendam a ficar “embabadadas”. A regulagem de diferencial é imprescindível para que possamos ter costuras

com qualidade, sem que fiquem “alongadas”.


Karina Galego


“Karina Galego é e consultora independente, Engenheira Têxtil com especialização em Administração Industrial, Assessora Técnica e Analista do Laboratório de Ensaios Tecnológicos em Vestuário do Senai Vestuário de SP.”

Fonte:oconfeccionista.com.br

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