terça-feira, 4 de maio de 2010

A FOGUEIRA DAS VAIDADES


Todos nós precisamos do outro para encontrar a verdade, para sobreviver, para discutir, trocar idéias e até para brigar e fazer inimigos e no auge disso tudo, o melhor, fazer amigos.


Aquele que tem uma carga maior de experiência de vida e soube enriquecer seus conhecimentos, levanta as ancoras e navega no mar da sabedoria assumindo a postura e a transparência do livre pensador.


Certamente ainda, atrairá simpatizantes ou, na contra partida fará um confronto desagradável com aqueles que são especialistas em ser do contra, ou, como diz o ultimo artigo publicado pelo nosso comum amigo Erivaldo Cavalcante, “Maria vai com as outras”.


A verdade não está “escrita” e encerrada em um livro só, até mesmo em várias obras. A verdade está na sua busca pessoal, em suas investigações em suas múltiplas leituras, buscando sempre comparar idéias e conferir conceitos e saber se desviar das mentiras bem plantadas.


A vaidade é o expoente máximo ou no mínimo uma aliada competente daqueles que buscam o sucesso e a verdade. E o talento e a criatividade surgem como resultado direto dessa comunhão que provoca a efervescência, muitas vezes rejeitada por amigos ignorantes e que se sentem diminuídos. E assim temos duas irmãs gêmeas em conflito. A vaidade (uma boa qualidade) e a inveja (a arma dos fracos e covardes). Essas duas linhas conflitantes podem estar num mesmo grupo e você somente percebe quando cai “aquela gotinha d água” que faltava.

Há os que condenam a vaidade, mas ela está presente em todas as nossas atitudes. A vaidade é a companheira do ser humano, ela inspira o talento, ela define a beleza padrão, ela o tira do anonimato, ela rege comportamentos comerciais, ela inspira os mais competentes publicitários, ela contamina o mais frio profissional vendedor, ela torna o político mais eloqüente, ela dá mais brilho aos olhos, do cantor, do ator, do namorado, da namorada, que ama que tem paixão pela vida, e até do mais autêntico líder. Ela nos deixa confiantes para a pratica de todos os códigos de ética conhecidos. Ela redobra as forças do professor (a) na sala de aula. Ela é o resultado direto daquele comportamento que determina que você ande de cabeça erguida, e está diretamente ligada à consciência limpa.

Mas ela fabrica a inveja.


E assim, ela incomoda e passa a ser uma espécie de íngua. Se o invejoso for uma pessoa mais bem sucedida, ou tanto quanto, ele vai iniciar uma série de atritos com você, jogando piadinhas, ironizando suas decisões, interferindo em sua maneira de viver e ele vai fazer isso porque é a única arma que ele tem contra você. Se ele for mais bem sucedido financeiramente ou econô-micamente, a coisa pode ficar pior.


Nesse ponto, o melhor é você descartar esse convívio, pois será uma disputa desigual, já que o ignorante bate abaixo da linha de cintura, como se usa dizer por aí.

A vaidade portanto, é a mais autentica das loucuras humanas, sendo a única fonte inspiradora de todos nós, visando satisfação intima e plena.


Ela é o grito do silêncio. É uma manifestação quase anárquica do ego. Ela é o ponto de ligação, ao mesmo tempo em que se interpõe entre a formalidade e a liberdade da conduta humana. Ela pode estar presente até numa festa de aniversário, ou numa confraria, ou reunião de amigos, e daí?.

Ela elimina a dependência, ela ajuda na convicção. E com absoluta certeza elimina o divã do psicanalista, aquele que sempre chega na sua vida dizendo que você está cheio de coisas mal resolvidas.


Uma vez consolidada, incorporada e bem dosada e bem administrada ela servirá aos propósitos do crescimento daquele que a possui. Ela servirá para que o sucesso seja alcançado. Ela será sempre o ego do individuo se auto-ajustando ao ambiente em que está. E então você não precisará de Paulo Coelho ou Lair Ribeiro e certamente não precisará marcar a consulta com o psicólogo (rs).

Prefiro muito mais ser vaidoso a submisso, ou uma “Maria vai com as outras”. Prefiro defender meus princípios e correr o risco de ser rejeitado como um didático e antipático. Prefiro perder Amigos a ter que abrir mão dos conceitos e idéias que construí ao longo de minha vida e que serviram de base para minha conduta e meu caráter e assim, considero a vaidade, o portal de entrada para alguns problemas crônicos que regem o comportamento humano, como o autoflagelo e exatamente nesse ponto, ela pode se transformar em inveja, ou seja, a mistura da ignorância plena com o pedantismo.


Para que invocar essa transitoriedade explicita dolorida, que muitas vezes chamamos de amigos ou mestres e que passa de mão em mão? Porque não invocar a pureza das verdades, que sempre nasce do fogo da paixão dessa virtude?


Sem a maldita vaidade, morremos aos poucos. Envelhecemos antes do tempo certo e o pior de tudo, cedemos espaço para aqueles (amigos e mestres) que querem o nosso domínio.

E se permitirmos, eles tomam conta de nossos filhos e de nossa família.



A vaidade portanto, pode ser uma arma mortal contra os falsos amigos e todos eles, de mansinho, mesmo que leve muitos anos, chegam com suas espadas, com seus livros sagrados, com as suas arrogâncias, com ou sem imagens, tentando impô-las como verdades.


Você quer ser vaidoso? cuide-se, seja disciplinado, mire-se no espelho e dimensione claramente seus objetivos e não perca tempo com pessoas que vivem querendo lhe ensinar aquilo que você sabe ou pode saber tanto ou muito mais do que eles.



Tendo certeza disso, dispense-os. Amigos de verdade, são aqueles que admiram você e que não ironizam sua presença e nem suas crenças ou descrenças. Amigos de verdade são aqueles que lhe oferecem apoio incondicional, mesmo sabendo que ninguém é perfeito. E muito cuidado com o vaidoso espaçoso, ele transforma qualquer coisa que ele tenha mesmo igual ao que você possui em vantagem e usa isso para tentar humilhar você. Portanto, a vaidade pode ser uma faca de dois gumes.



Em 2010, ainda é tempo de dispensar os amigos que sempre querem demonstrar publicamente que são melhores que você.



Luiz Bento Pereira (63)

Representante comercial – Ramo têxtil

Goiânia. GO

Cidadão Mineiro, de Ponte Nova

Nenhum comentário:

Postar um comentário