terça-feira, 4 de maio de 2010

Ponto de luz é a nova onda de efeitos em lavanderia - Como fazer


A procura por efeitos que garantam cara nova para o denim se renova a cada temporada, visando conquistar o consumidor ávido por novidades. Para o verão 2011, o efeito que promete ser o protagonista da estação é o ponto de luz, uma técnica aplicada em lavanderia que promete dar o que falar.


Representa uma evolução de efeitos muito populares, aplicados de forma inusitada. O ponto de luz começa a aparecer em modelos desenvolvidos por marcas brasileiras de maior força conceitual. Entretanto, será nas próximas coleções nacionais que o efeito deverá mostrar sua verdadeira iluminação, e invadir até as marcas mais básicas com suas características marcantes.


Há diferentes técnicas para a aplicação do efeito de ponto de luz no denim, mas todas começam do mesmo jeito: o primeiro passo é sempre um fundo desgastado, sobre o qual o efeito ficará localizado. Cada lavanderia escolhe a técnica de acordo com os recursos disponíveis na produção, tipo de equipamento e perfil dos funcionários. Embora por caminhos diferentes, os resultados são muito semelhantes.


"Para a base do efeito pode ser usado jato de areia e, por cima disso, aplicar uma pasta de cloro, demarcando o ponto de luz no espaço", conta Fábia Cabral, proprietária da lavanderia Greystone, de Bebedouro, no interior de São Paulo. Segundo ela, a técnica é eficiente e não requer maiores cuidados nem em tecidos com elastano, apesar do cloro na fórmula. "Trabalhamos há três anos com a pasta de cloro sobre todo tipo de tecido e nunca tivemos problemas", garante.


De acordo com Diogo Bonafante, gerente de produção da lavanderia Império, instalada na capital paulista, a base do efeito pode ser reproduzida com quaisquer das técnicas tradicionais usadas para aplicação do efeito de used. "Lixados, jatos de areia ou de permanganato de potássio podem funcionar para fazer a base. O ponto de luz aplicado a partir de uma mistura de cloro e pasta de corrosão dá um bom resultado", afirma ele.

Advertindo para os cuidados nesse tipo de trabalho, o gerente explica que a fórmula não deve conter concentração muito grande de cloro ou ser deixada para agir na peça por mais de cinco horas. "Mais tempo que isso e o produto começa a danificar o tecido - qualquer tecido, não só os elastizados", salienta Bonafante.


Outra forma eficiente para a reprodução do efeito, e a mais usada entre as lavanderias, consta da combinação do lixado com aplicação de jato de permanganato de potássio, dando destaque ao ponto. "A fórmula não varia muito. O segredo está na mão de quem aplica o ponto de luz. O profissional que faz o jateamento de permanganato em cima do lixado deve ter prática, garantindo que o efeito obtido seja o esperado", adverte Éder Matavelli, proprietário da lavanderia Grotem, de Indaiatuba (SP).


Segundo Suzana Sfredo, da lavanderia Universo, em Xanxerê (SC), a remoção de quaisquer resíduos da peça é outro ponto que necessita atenção. "É sempre preciso neutralizar a peça com metabissulfito de sódio após a aplicação dos produtos químicos, para interromper a ação deles no tecido, caso contrário, a peça pode acabar estragada", aconselha a executiva.


Maurício Lobo, consultor de moda, observa que para completar com bom acabamento é interessante, depois de aplicado o efeito, a peça passar por uma máquina de aplicação de ozônio para retirar os resíduos depositados sobre a trama e, em seguida, por um banho de resina. "O efeito se destaca mais com a limpeza promovida pelo ozônio, e se fixa com a resina", destaca Lobo.


Embora seja um efeito novo, o ponto de luz representa a evolução de diferentes trabalhos de lavanderia executados há anos, mas combinados de maneira diferente. Tendo o lixado e a corrosão como bases principais, a técnica junta influências de efeitos que apareceram em temporadas passadas com tendências que ainda não chegaram com força nas coleções de marcas nacionais.

"Quem experimenta e inventa esse tipo de efeito são as marcas que trabalham com conceito. Elas são as primeiras a apostar em trabalhos novos, que acabam caindo no gosto do consumidor e são difundidos para outras marcas e estilos", analisa Mauricio Lobo, consultor de moda.

Para explicar essa evolução, ele montou uma linha do tempo resumida com peças disponíveis no mercado, começando pelos mais antigos. Confira as imagens abaixo e a descrição dos efeitos aplicados:

"O modelo da Energie tem um conceito antigo, no qual a transição dos desgastes é bastante suave"

"Na calça da Replay não se vê o branco do desgaste, pois, ele é recoberto por uma resina do tipo mofo. Nessa fase, não havia preocupação em limpar e destacar os desgastes"


"Efeitos detonados e assimétricos foram a aposta da Diesel que, nesse modelo, usou laser para marcação, desenho e névoa, nessa ordem"

"Na calça da Salsa é possível perceber pela primeira vez o uso de luz e contra-luz. A transição do desgaste já está menos marcada, mas deixando a luz migrar de maneira sutil"

"O modelo da The Seed é uma opção comercial para o uso do efeito, pois, mantém a simetria. Os pontos de luz são bem separados, além de contar com resina colorida por cima"

"Nessa outra peça da The Seed, os pontos de luz aparecem mais separados e não há ligação entre eles"

"A calça da Diesel mostra o que será a evolução do ponto de luz: marcações fortes e aleatórias, sem muita preocupação em seguir os locais de desgaste natural do modelo e já com a mistura entre pontos de luz, de contra luz e sombra, que aparece como novidade e será feita por meio da aplicação de resinas coloridas".

Não é só o ponto de luz que faz com que designers de lavanderia e estilistas quebrem a cabeça à procura do local ideal para aplicar os efeitos. No entanto, a procura pelo espaço perfeito para colocar o ponto de luz é um pouco mais complicada que nos demais, já que as regras mais ou menos aceitas pelo mercado não funcionam necessariamente nessa decisão. Não há certo nem errado para escolher onde aplicar o ponto iluminado.


"É de grande importância a participação de um designer de lavanderia na escolha da localização, já que equívocos podem fazer a diferença entre o moderno e o ridículo. Apesar de a escolha pelos locais tradicionais ser a mais segura, você pode simplesmente jogar pontos que parecem à primeira vista aleatórios e obter uma peça sensacional. Entretanto, é muito difícil que o resultado seja bom, caso a escolha seja realmente aleatória. Daí a relevância de contar com um profissional capacitado para desenvolver o processo ", conta Maurício Lobo, consultor de moda.


Durante a elaboração desta nova edição do Canal Especial, os representantes de todas as lavanderias consultadas concordaram que a maneira mais segura de garantir que o efeito não fique exagerado ou fora do esperado é, de fato, ater-se aos locais tradicionais de desgaste.


Tendo isso em vista, nas calças, as áreas mais visadas para aplicações básicas de ponto de luz correspondem à região dos joelhos (na frente e atrás), parte superior frontal das coxas, bolsos traseiros e barra traseira.


"Há quem coloque o efeito em partes que não têm nada a ver com os pontos de desgaste natural, mas são poucas as marcas que arriscam, pelo medo de a peça ficar nem moderna nem harmoniosa", explica Éder Matavelli, da Grotem.

Fonte:gbljeans.com.br/artigo

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