domingo, 27 de junho de 2010

Ampliar rede de contatos é sinônimo de empregabilidade


A cada ano, o mercado de trabalho torna-se mais competitivo. Com as constantes transformações no meio organizacional, os profissionais devem utilizar diversos recursos e possuir flexibilidade na busca de um novo emprego, muitas vezes, em circunstâncias cada vez mais difíceis. Apesar de tantas alterações no cenário corporativo, quando o assunto é empregabilidade, uma prática se mantém forte e cada vez mais ganha força: o networking.

Manter e, principalmente, ampliar a rede de relacionamentos é uma ferramenta muito influente para qualquer um, independentemente da área de atuação. As opções de contato podem ser os ex-empregadores, colegas de trabalho, chefes, clientes, fornecedores, familiares, amigos e parceiros de estudo. Tudo depende da forma e do momento de tocar no assunto ‘emprego’. O profissional tem que ter dinamismo, possuir iniciativa, ser comunicativo e, de certa forma, persuasivo. A persistência e entusiasmo também são características imprescindíveis para quem se utiliza deste recurso, que pode pular diversas etapas em um processo seletivo.

Segundo a pesquisa “A Contratação, a Demissão e a Carreira dos Executivos Brasileiros” , realizada em 2009 pela Catho Online, o networking é a principal fonte de recrutamento para os respondentes: 44,5% obtiveram seus últimos empregos por meio de indicações de amigos. Os recrutadores também utilizam muito este meio de contratação, correspondendo a 28% da forma de contratação, de acordo com o estudo. Os dados apurados também mostram que as mulheres fazem menos networking na hora de conseguir um novo emprego do que os homens. 44,1% dos homens alegaram já terem utilizado este recurso, contra 36,5% das mulheres.

O networking aumenta a possibilidade de empregabilidade pois nele existe o contato direto com quem decide nas contratações. Quando há um processo em aberto, por uma indicação o candidato pode chegar à frente. Não significa que será contratado, mas conseguirá enxergar a oportunidade antes dos demais, porque mantém uma rede de contatos ativa no mercado. “Se quem fez a indicação não tem influência dentro de uma empresa, a recomendação não terá tanto poder. O que se sugere é buscar o contato direto com quem decide ou com quem faz os processos de recrutamento”, alerta Eduardo Bahi, consultor de carreira da Catho Consultoria. De acordo com Bahi, é necessário ter um pouco de cuidado e atenção, pois muitas vezes a pessoa que possivelmente faria a indicação, ou teria influência para tal, não ajuda na recolocação.

Uma boa comunicação é imprescindível para quem almeja uma nova posição no mercado. Quando o profissional vai buscar sua rede de contatos, não deve colocar pressão e responsabilidade em cima dessas pessoas, sejam ex-colegas de trabalho, amigos ou até familiares. Mônica Rizzatti, diretora de gestão de carreira da SeRHumano Consultoria, recomenda para que a pessoa não chegue requisitando diretamente uma recolocação. “A conversa deve ser transparente, dizendo que está fora do mercado de trabalho. Porém deve pedir de forma tranqüila e educada uma indicação de contato, um encaminhamento de seu currículo. Isso pode ser um diferencial entre candidatos que têm as mesmas qualificações”, aponta Mônica.

Outro estudo desenvolvido em 2009 pela Catho Online, intitulado “O Desempregado Brasileiro” , aponta que 76% dos respondentes já contataram amigos e conhecidos na tentativa de um novo emprego. Profissionais especializados (81,3%) e trainees/recém-formados (81%) são os que mais entram em contato amigos e conhecidos.

Os chamados encontros informais também podem ser boas oportunidades na prática do networking. Mas ter bom senso é requisito básico neste tipo de situação, pois se presume que o contato não esteja disponível para falar de negócios em qualquer momento. Em ambientes e situações que não são do âmbito corporativo, basta ter o cuidado de conduzir a conversa de maneira informal. Eduardo Bahi aconselha: “é muito indelicado chegar em uma roda de amigos e começar a pedir emprego para todo mundo. O aconselhável é trocar informações rápidas sobre a área de atuação, mercado de trabalho e apresentar um cartão de visitas, por exemplo, com o contato de telefone e e-mail”. Já Mônica Rizzatti exemplifica uma outra situação: “ligar para um amigo que está trabalhando e pedir diretamente uma recolocação é errado. Nesses momentos, deve haver a compreensão que a melhor atitude é enviar um e-mail, e monitorar esta mensagem”. Para a consultora, é uma situação que exige disciplina, persistência e que não produz resultados imediatos.

Internet e networking

De alguns anos para cá, a internet se tornou uma ferramenta poderosa na prática do networking, encurtando os caminhos entre os profissionais. Existem diversos fóruns e sites de networking empresarial que viabilizam discussões e promovem debates para aprofundar, difundir e trocar conhecimentos. Sem falar das emergentes redes sociais, como LinkedIn (mídia social focada no meio empresarial; os usuários registrados mantêm uma lista detalhada de contatos de pessoas e empresas que confiam) e Facebook (maior rede social do mundo, com mais de 400 milhões de inscritos), por exemplo.

“É comprovado que as pessoas que estão presentes em sites de relacionamento têm, em média, 200 amigos na rede. Pessoas atuantes em mídias sociais têm um alcance maior no mercado do que um profissional que está fora da web”, observa Bahi. Ainda para o consultor, com a procura cada vez maior das organizações dentro dessas mídias, tornou-se quase que obrigação possuir um perfil em sites de relacionamento.

Mas apesar da internet ser uma ótima maneira para manter-se atualizado sobre o que acontece na área de atuação e de manter e ampliar os contatos, a presença virtual nunca irá substituir a presença física.


Fonte: Jornal Carreira & Sucesso - 399ª Edição

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