segunda-feira, 5 de julho de 2010

Abusos laborais crescem


Quase impensável em pleno século XXI, a verdade é que os maus-tratos físicos e psicológicos continuam na indústria têxtil e de vestuário, em países como Colômbia, Bangladesh, Cambodja, Jordânia e México. Só no ano passado, morreram 101 sindicalistas por reivindicarem os seus direitos junto das entidades empregadoras.


Os líderes dos sindicatos e os trabalhadores da indústria têxtil e de vestuário no Bangladesh, Jordânia e Cambodja estão entre as vítimas de graves violações em 2009 por tentar defender os seus direitos fundamentais de trabalho, de acordo com um estudo mundial. O relatório documenta ainda abusos em grande escala – incluindo assassínios, espancamentos, ameaças e despedimentos em massa – relacionados com fábricas localizadas nas zonas de exportação em África, Ásia, América Latina e Médio Oriente.

No total, 101 sindicalistas foram mortos por tentar defender os seus direitos, mais 30% do que no ano anterior. Muitos outros foram presos, espancados, ameaçados ou despedidos, segundo revela o relatório anual dos direitos dos sindicatos da Confederação Internacional dos Sindicatos (CIS). Dos 101 assassinados, 48 foram mortos na Colômbia, 16 na Guatemala, 12 nas Honduras, seis no México e seis no Bangladesh. Mas o estudo, que detecta violações em 140 países, sublinha que muitas outras violações graves permanecem sem ser denunciadas uma vez que muitas vítimas não têm formas de fazer ouvir as suas vozes.

De acordo com Guy Ryder, secretário-geral da CIS, numerosos casos de quebras de greves e repressão estão documentados em várias partes do mundo,. «Milhares de trabalhadores que reclamaram os salários, denunciaram condições difíceis devido aos efeitos prejudiciais da crise económica mundial sofreram espancamentos, foram presos e detidos», afirma Ryder. «No Bangladesh, seis trabalhadores da indústria de vestuário em greve para reclamar um aumento de salário e o pagamento dos salários em atraso morreram após a intervenção policial», exemplifica.

Na Jordânia, os trabalhadores da unidade de produção de vestuário Musa, aponta o relatório, queixaram-se de horas extra forçadas, espancamentos, comida insuficiente, retenção ilegal dos seus passaportes e outros abusos relacionados com trabalho forçado.

De igual forma, segundo o relatório, em muitas unidades de produção no Cambodja, os sindicalistas «continuam a enfrentar a repressão de todos os tipos, incluindo ameaças de morte, despedimentos, falsas acusações para os levar aos tribunais, deduções no salário e exclusão das promoções».

Fonte:portugaltextil.com

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