terça-feira, 6 de julho de 2010

Logística enxuta ajuda a gerenciar custos industriais


No passado, a logística era conhecida como o transporte e a armazenagem de produtos e estava associada às operações militares em que os comandantes precisavam ter sob suas ordens uma equipe que assegurasse a disponibilidade, na hora certa, de equipamentos, alimentos, munição e socorro médico nos campos de batalha. Na antiga Grécia os militares com o título de Logistikas eram os responsáveis por garantir os recursos e suprimentos para a guerra.

Mais recentemente, segundo definição do Council of Logistics Management, 1991, logística refere-se ao processo de planejamento, implantação e controle eficaz do fluxo e da armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender as necessidades dos clientes. Ampliando o conceito e seus próprios objetivos, a logística é responsável por assegurar a disponibilidade do produto certo, na quantidade certa, em condições adequadas, no local certo, no momento certo, com o preço certo e para o cliente certo.

É necessário que o processo logístico comece pelo estudo, análise e compreensão do projeto ou do processo que precisa ser implantado e dos objetivos a serem atingidos, seguidos pelo planejamento e detalhamento das atividades tradicionais da logística, como: Planejamento de demanda, inventário, suprimentos e de produção; Manuseio de pedidos, ordens de produção e documentos de identificação; Processos de Importação, exportação e de armazenagem; Planejamento da Distribuição, etc.

As atividades logísticas podem ser classificadas em:

Atividades principais: Transporte, Gerenciamento de estoques, Processamento de pedidos e Definição dos níveis de serviço baseados nas reações dos clientes.

Atividades secundárias: Armazenagem, Manuseio de materiais e embalagem de proteção, Obtenção do necessário, Programação de produção, Manutenção de sistemas de informação, etc., dando suporte às atividades principais.

Estima-se que, em uma empresa industrial, os custos de produção giram em torno de 53% do total dos custos, enquanto os custos logísticos estão na ordem de 20%, ocupando o segundo lugar no ranking de todos os custos.

Portanto, gerir esses custos é crucial para a operação, isto é, os custos da existência do estoque, da armazenagem, do processamento das encomendas, os custos de transporte, etc. precisam ser continuamente reavaliados visando à competitividade e sobrevivência da empresa.

A logística integrada é constituída por três grupos de atividades, representando segmentos do processo:

Logística de suprimentos: refere-se às atividades de adquirir e receber os materiais necessários às operações.

Logística interna: refere-se às atividades de armazenar, manusear e transformar os materiais envolvidos na operação, exceto o ato de produzir.

Logística de distribuição: refere-se às atividades que se iniciam na expedição até a entrega do produto ao cliente final.

Quando esses três grupos de atividades estão operando de forma cooperativa, sincronizada, somando resultados e combatendo todo e qualquer desperdício de acordo com o princípio enxuto (lean), considerase que a logística está integrada. O termo enxuto como tradução de lean surgiu para adjetivar o sistema de produção desenvolvido pela Toyota nos anos 70. É enxuto porque requer menos esforços e custos para produzir mais, com menor custo e melhor qualidade, o que é possível através do combate a todo e qualquer desperdício. Tudo que não agrega valor é desperdício.

Com a aplicação dos conceitos lean aos serviços logísticos, criou-se a Logística Enxuta.

Na mesma linha de pensamento, se todos os departamentos da empresa conhecem as atividades logísticas envolvidas e necessárias para o sucesso da operação e estiverem trabalhando de forma cooperativa na aplicação dos conceitos lean, podemos conceituar que está ocorrendo a integração da empresa na logística.

A busca da competência logística requer mudança na atitude das pessoas envolvidas. Porém, com o desenvolvimento tecnológico atual, não é mais possível imaginar a realização desse trabalho sem o apoio de um sistema de gestão empresarial seguro, eficaz e completo como o Omega desenvolvido pela ABC71, possibilitando tomadas de decisões de forma eficaz.

Benefícios da integração na logística, segundo Walters:

Cooperação genuína entre todas as partes da cadeia logística, compartilhando informações e recursos, combatendo todo e qualquer desperdício;
Custos diminuídos, devido a previsões mais exatas, estoques menores, menos expedição, economia de escala e eliminação das atividades que não criam valor;
Melhoria no desempenho, maior produtividade e prioridades racionais;
Melhoria no fluxo de produtos, com movimentos mais rápidos e confiáveis;
Maior flexibilidade e rapidez de reação às condições de mudança;
Procedimentos padronizados, tornando-se rotina e bem praticados, com menor duplicidade de esforço e planejamento;
Qualidade de confiança e menos inspeções, com programas de Gestão de Qualidade integrados.
Cabe ao gestor conhecer e extrair o pleno potencial do ERP utilizado, visando perpetuar de forma lucrativa a instituição no mercado. Podemos afirmar que o uso adequado das funcionalidades da solução de gestão, ferramentas valiosas para gerenciar o que, quando e quanto comprar ou produzir considerando a capacidade atual e planejando a capacidade futura, ainda é a melhor estratégia para atingir o objetivo citado acima.

Além disso, é imprescindível o suporte administrativo e financeiro fornecido pelo sistema de gestão como forma de controlar e conferir os resultados em processo.




Crédito
O artigo "Logística enxuta - um conceito para gerenciar melhor 20% dos custos industriais" foi escrito por Aldo Albieri, engenheiro eletrônico formado pela FEI e especialista em logística. Com mais de 20 anos de experiência na área industrial, atualmente é consultor de negócios da ABC71 Soluções em Informática.

A seguinte bibliografia apoia o artigo e é recomendada pelo autor:

- José de Carvalho, Edições Sílabo, Logística (2002), Estratégias Logísticas (2004).

- Donald Walters, Palgrave Macmillan Logistics (2003).

- Shapiro, Pacific Grove, Modeling the Supply Chain (2000).

- Ayers, James B. St. Lucie Press, Introduction to the Supply Chain (2001).


Fonte:nei.com.br

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