sábado, 11 de setembro de 2010

Varejo têxtil costura boas práticas


Entidade que agrega grandes redes lançou o Programa de Qualificação de Fornecedores para tratar de responsabilidade social nas relações com colaboradores

Atenta à expansão da indústria de roupas e acessórios de moda no País, a Associação Brasileira para o Varejo Têxtil (ABVTEX) lançou ontem, em São Paulo, o Programa de Qualificação de Fornecedores para o Varejo. O objetivo é permitir ao comércio do setor qualificar e monitorar o trabalho de 10 mil fornecedores e subcontratados quanto às melhores práticas de responsabilidade social e suas relações com funcionários contratados ou colaboradores.

De acordo com o presidente da entidade e responsável pelo projeto, Sylvio Mandel, o programa representa uma contribuição do varejo de larga escala para estabelecer um novo ambiente de negócios na cadeia têxtil, baseado na ética e na transparência. A ABTEX congrega dez grandes varejistas nacionais de vestuário, como C&A, Renner, Riachuelo, Leader e Marisa. "Juntas, essas empresas representam 15% das vendas totais do setor e totalizam 1,4 mil lojas."

A expectativa é de que, a partir da qualificação, os consumidores tenham garantias sobre a procedência dos itens e da forma como eles foram produzidos, sem o uso de mão de obra estrangeira irregular, trabalho infantil ou forçado (escravo). "Acreditamos que o programa terá um efeito multiplicador em todo o varejo de moda e de confecções nacional", diz Mandel.

Segundo ele, o Brasil é o sexto maior produtor têxtil do mundo e esta posição faz do setor um poderoso exemplo para que outras cadeias produtivas possam repensar atitudes e comportamentos de produção e consumo. O programa possui duas vertentes principais: qualificação e monitoramento da cadeia têxtil e capacitação, com o objetivo de adequar os fornecedores às exigências do programa. "Nossa intenção não é a de excluir fornecedores e subcontratados da cadeia, mas sim apoiá-los para que possam obter a qualificação."

Entre os compromissos e aspectos de gestão relacionados ao programa da ABVTEX estão temas como discriminação, abuso e assédio, saúde e segurança do trabalho, horas trabalhadas, benefícios e meio ambiente. Os organismos de qualificação credenciados para analisar as empresas são BVQI, Intertek e SGS, trio com larga experiência no monitoramento de cadeias produtivas no País, incluindo a têxtil.

Dessa forma, os fornecedores deverão passar por auditorias independentes e conquistar uma pontuação final igual ou superior a 70%. A existência de trabalho infantil, forçado ou trabalho estrangeiro irregular, exclui essas empresas. O prazo definido para a obtenção da qualificação é até o dia 31 de dezembro de 2012 para o Estado de São Paulo e até 31 de dezembro de 2013 para os demais estados.

Por enquanto, apenas fornecedores nacionais serão analisados. "Precisamos primeiro fazer a lição de casa para, só depois, exigir o mesmo dos fornecedores estrangeiros", afirma Mandel.

O setor têxtil e de confecções, que hoje representa 17% da indústria brasileira de transformação, deve faturar US$ 50 bilhões neste ano, ante US$ 47 bilhões em 2009, uma expansão de 6,4%, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).



Fonte:dcomercio.com.br

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