sábado, 30 de outubro de 2010

Classe C dita regras - Döhler

Completando 129 anos em dezembro, a Döhler vive uma transformação de olho na classe C. As mudanças exigem investimentos pesados: foram R$ 10 milhões só em equipamentos no ano passado e mais R$ 16 milhões até agosto deste ano. O diretor comercial, Carlos Alexandre Döhler, explica que se trata de uma mudança impulsionada pelo próprio Brasil a partir do final de 2008.

– Uma nova fatia de consumo se destacou no país. As classes C e D passaram a consumir muito mais. Tivemos que adaptar a nossa cultura, a estrutura de vendas e o tamanho da empresa.

Quando mudou o foco para a classe C, a fabricante joinvilense da linha de cama, mesa e banho levou o produto das classes A e B para a C, com a meta de mexer no preço, mas manter a qualidade.

Para fazer isso, investiu nos sistemas produtivos e na modernização do parque fabril. A produção saltou de 600 toneladas por mês, em 2009, para 1,2 mil toneladas mensais este ano. Carlos acredita que a meta da classe C é comprar o mesmo produto da B, com qualidade igual.

Com a diretoria confiante na mudança de cenário, as obras de ampliação

continuam. A tinturaria nova deve ficar pronta em agosto de 2011. A tecelagem, até 2014. E quando 50% da tecelagem estiver concluída, as obras da nova fiação começam.

– Nosso planejamento é uma trilha, não um trilho. Às vezes, saímos da rota, mas depois voltamos – destaca Carlos.

Ele acredita que o Brasil precisará investir em infraestrutura para ampliar o poder de consumo da nova classe média. Feito isso, Carlos espera que o país siga crescendo nos próximos 10 anos.

Na nova leva de investimentos da Döhler neste ano está uma máquina de tecelagem com capacidade para fazer 2 mil metros de tecidos em 24 horas – 10 vezes o que rende um modelo tradicional. O equipamento foi feito sob encomenda, na Alemanha, e custou R$ 300 mil.

Outra prioridade está nos funcionários. A empresa está implantando um sistema de gestão da Toyota, que prevê o treinamento dos 3 mil funcionários do grupo. Começou em 2009 e deve terminar no prazo de seis anos.

– Nossa mão de obra é tecnicamente avançada. São pessoas que se divertem com desafios. Quando nosso foco mudou, existiam dúvidas. Mas os funcionários acreditaram.

Podíamos ter sentado e chorado a perda de mercado nos EUA e a entrada dos produtos chineses – avalia.

A ousadia parece ser uma característica de família. Ao citar o melhor momento da história do grupo, Carlos aponta o crescimento da década de 1960, quando a Döhler saiu da fábrica do Centro de Joinville e mudou para o atual complexo, com cerca de 200 mil metros quadrados de área construída. Pouco depois, em 1973, a empresa embarcou para a Holanda a primeira exportação de tecidos.

Hoje, o mercado internacional representa 14% do faturamento. Embora em menor volume, a exportação ainda é vista como lucrativa. Mas a empresa quer é crescer mantendo o foco nos brasileiros.

 
Fonte:clicrbs.com.br







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