sábado, 18 de dezembro de 2010

O Controle no setor de corte

Peças com torção? Diferença de tonalidade entre as partes? Peças com fios puxados? O que pode ter ocasionado esses tipos de defeitos, e que, ao final do processo, será fator crítico para liberação de lotes de produção?

No setor de corte, as características dos tecidos são de extrema importância para a obtenção da qualidade. Além de definirem a melhor modelagem, determinarão o melhor tipo de encaixe e risco. Em malhas, fatores como elasticidade, brilho e fios que correm em uma das extremidades determinam o sentido de corte. Em malhas de trama ou de urdume, por exemplo, o sentido de encaixe tem de seguir a elasticidade da malha. Nas malhas por trama, a elasticidade se dá no sentido da largura, e os moldes são encaixados com o fio da modelagem no sentido do comprimento do tecido. Nas malhas de urdume, a elasticidade ocorre no sentido do comprimento do tecido, e, portanto, os moldes devem ser encaixados com o fio da modelagem no sentido da largura do tecido. Aqui, se o encaixe da modelagem seguir o fio do tecido, a cava de peças como calcinhas, maiôs etc. será prejudicada, pois as peças ficarão com abertura maior que a determinada, senão deformadas.

Para as malhas de trama que correm fio em uma das extremidades no sentido de comprimento, as partes da modelagem devem ser encaixadas com a barra para o lado que desmalha, para se evitar o desmalhamento nas costuras em golas, ombros e cavas quando essas peças forem tracionadas.

A torção pode ser ocasionada por peças encaixadas fora do fio do tecido ou por características do próprio tecido, como ocorre com as malhas de trama tubular, que têm torção natural (em forma de elipse). Em tecidos planos, a torção das peças pode se dar também pelo desvio de trama ocasionado por teares desnivelados ou pela estabilização dos tecidos no processo de acabamento da indústria.

A diferença de tonalidade no modelo se deve ao encaixe inadequado das partes da modelagem, pois todas elas devem ser encaixadas no mesmo sentido (sentido obrigatório). Esse tipo de encaixe é indicado para tecidos felpudos (plush, veludos, atoalhados etc.), brilhosos, estampas com sentido e malhas de trama que correm fio em uma das extremidades. O consumo de tecido nesse caso é maior, mas a qualidade das peças confeccionadas é melhor.

Outro fator importante é o tempo de descanso dos tecidos depois de abertos os rolos: são recomendadas pelo menos 24 horas para malhas e tecidos planos com elastano. É preciso também seguir as instruções do fabricante ou fornecedor do tecido, que irão influenciar nas medidas finais da peça confeccionada, e considerar até mesmo o fato de muitas peças apresentarem deformação e encolhimento excessivo após processos de lavagem.

Defeitos como fios puxados podem ser ocasionados por facas mal afiadas ou mesas de corte danificadas por tesouras e máquinas mal conservadas, com superfícies ásperas. Se essas máquinas não estiverem cobertas com papel durante o processo de enfesto, podem puxar fio de tecidos delicados. O papel é um fator importante, que facilita o corte e evita que a máquina mastigue os tecidos. Ajuda também no deslocamento do enfesto durante o processo de corte.


Fonte:oconfeccionista.com.br



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