terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Renner planeja operação internacional

Ao mesmo tempo em que acelera o ritmo de expansão no país, com previsão de chegar a um total de 250 a 300 lojas até 2015, a Lojas Renner prepara-se para se transformar na primeira multinacional brasileira no varejo de vestuário. Segundo o diretor-presidente da companhia, José Galló, ainda é preciso ganhar mais alguma "musculatura" no mercado interno, mas o primeiro passo no exterior poderá ser dado num prazo de "três a quatro anos".

"Um dia vamos sair do Brasil", disse ontem o executivo, que fez uma apresentação para analistas na sede da companhia, em Porto Alegre. Sem especificar países, nem se o avanço será via aquisições ou abertura de lojas próprias, ele revelou que a caminhada começará pela América Latina, depois que a rede chegar a pelo menos 200 unidades no mercado brasileiro, onde ocupa o segundo lugar no segmento, atrás apenas da holandesa C&A. "Estamos conhecendo outros países", comentou.

A Renner vai encerrar este ano com 134 lojas, ante 120 em 2009. Das 14 projetadas para o exercício faltam apenas as de São Gonçalo (RJ), Santa Maria (RS), Salvador (BA) e Franca (SP). Em 2011 serão inauguradas mais 30 unidades, que junto com as ampliações dos centros de distribuição vão exigir investimentos fixos (Capex) superiores aos R$ 140 milhões previstos para 2010 - que já serão 100% maiores do que os do ano passado, explicou o diretor financeiro e de relações com investidores da varejista, Adalberto Santos.

A expansão planejada para os próximos anos poderá ainda incluir o retorno das linhas de bazar, cama, mesa e banho, abandonadas em 2003 quando a Renner ampliou o portfólio de vestuário. Segundo Galló, não há planos concretos a respeito, mas se a operação for levada adiante exigirá a aquisição ou a criação de uma rede específica porque "não há mais espaço" nas lojas atuais. Outra possibilidade em estudo é a abertura de pontos especializados em marcas únicas de vestuário, entre as 16 detidas pela companhia.

Além disso, das 250 a 300 lojas previstas para 2015, de 80 a 100 serão "compactas", com área média de 1,2 mil metros quadrados - aproximadamente a metade das unidades tradicionais - e focadas em praças de porte médio. A primeira foi aberta este mês em Caxias do Sul (RS) e as próximas, também programadas para este ano, ficarão em Salvador e Franca. Diferentemente dos pontos convencionais, que em 94% dos casos estão em shopping centers, de 30% a 40% das unidades compactas serão de rua até 2015.

Em 2011 a maior parte das 30 novas lojas ainda será do tamanho convencional, disse o diretor-presidente. Pelo menos duas ou três compactas serão de rua e o avanço do novo

modelo também vai exigir investimentos pesados em logística, já que os pontos de venda menores dispõem de áreas de estocagem reduzidas e necessitam de reposição mais frequentes de mercadorias.

O objetivo, segundo Galló, é duplicar a área atual de estocagem, de 40 mil metros quadrados distribuídos entre os centros de distribuição de Palhoça (SC) e São Bernardo do Campo (SP). Conforme Santos, o trabalho irá até 2013, com a ampliação dos dois CDs atuais e a construção de um terceiro em local ainda não definido, mas que será escolhido levando-se em consideração questões como proximidade dos fornecedores e eventuais incentivos fiscais oferecidos pelos governos estaduais.

Santos disse ainda que os investimentos de 2011 serão financiados com caixa próprio, mas a empresa também estuda tomar linhas de longo prazo para bancar parte do projeto de expansão dos CDs, que tem retorno mais demorado. Até setembro a Renner obteve uma geração de caixa (Lajida) de R$ 337,6 milhões, com alta de 57,2% sobre o mesmo período de 2009, enquanto a receita líquida avançou 16,8%, para R$ 1,8 bilhão, sendo R$ 1,6 bilhão com venda de mercadorias (expansão de 16,7%) e o restante com serviços financeiros, que apresentaram evolução de 18,5%.

Em dezembro a Renner vai anunciar o resultado da emissão do Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) de 36 meses para captar R$ 350 milhões (além de R$ 150 milhões em cotas subordinadas que serão subscritas pela própria companhia). Os recursos serão utilizados para refinanciar o passivo financeiro da empresa em prazos e condições mais favoráveis, explicou Santos.

Fonte: [ clipping online ABIT ]









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