sábado, 22 de janeiro de 2011

O que as tragédias de janeiro podem nos ensinar sobre liderança

Novamente, somos apresentados a fatos que não nos surpreendem, pois os investimentos em "respostas" sempre foram mais robustos que os investimentos em "prevenção"

Manchetes e notícias vêm aterrorizando o país nos últimos dias. Embora fortes, infelizmente não apontam nenhuma novidade. Ano após ano somos apresentados a esses eventos climáticos que destroem patrimônios e vidas em todo o Brasil. O que difere é o tamanho da catástrofe, que a cada dia torna-se a maior de todos os tempos, o que também não é nenhuma novidade, pois cientistas de todo o mundo apontam insistentemente para esta tendência.

Segundo informações do portal Contas Abertas, o governo federal, fonte de verba para todo território nacional, gastou apenas 13% do orçamento autorizado para o programa de "prevenção e preparação para emergências e desastres" este ano. Por enquanto, dos R$ 546,6 milhões previstos para 2009, apenas R$ 72,5 milhões foram aplicados até o último dia 10.

Enquanto isso, com o programa de "resposta aos desastres", que recebe recursos após a ocorrência dos problemas, o governo federal, por meio dos ministérios da Integração Nacional, Defesa e Agricultura, já gastou R$ 1,1 bilhão este ano (68% da dotação anual), montante quase 15 vezes superior ao aplicado com o programa de prevenção.

Novamente, somos apresentados a fatos que não nos surpreendem, pois os investimentos em "respostas" sempre foram mais robustos que os investimentos em "prevenção". Segundo especialistas, existem diversos motivos que corroboram para isso, e um dos que mais me impressionou é o fator político, eleitoreiro. Prevenção garante menos votos que recuperação. Afinal, é mais fácil agradar quem sofreu com uma catástrofe e perdeu tudo, pois qualquer ajuda está de bom tamanho, do que convencer alguém a sair de sua casa em uma zona de risco. Quando estou no conforto da minha casa, dificilmente alguém conseguirá me convencer a deixar a minha zona de conforto.

Novamente, somos apresentados a fatos que não nos surpreendem, pois os investimentos em "respostas" sempre foram mais robustos que os investimentos em "prevenção".

Cadê o propósito?

Analisando o fato acima, podemos ver claramente que o propósito maior de ser o líder de uma nação foi totalmente esquecido. Pessoas morrem anualmente, mas os mesmos políticos continuam no poder, porque sabem jogar o jogo sujo da conquista de votos a qualquer preço.

E vemos isso também nas organizações. Líderes que focam todas as suas energias na defesa de suas teses e anseios, no intuito de alimentar o seu ego e subir a qualquer preço.

Mas afinal, qual é o propósito maior de um líder?

Diga-me outro propósito da liderança que não seja o de melhorar a vida das pessoas e facilitar os caminhos para que elas conquistem os seus objetivos pessoais e profissionais, mesmo que, para isso, o líder tenha que tomar decisões contrárias à vontade do liderado, mal vistas em curto prazo, mas fundamentais em longo prazo.

Precisamos de líderes em todas as esferas da sociedade que resgatem o verdadeiro propósito da liderança: servir às pessoas!

Mas, sinceramente, o que mais me impressiona em tudo isso é a capacidade de tais "líderes" de deitar a cabeça no travesseiro e conseguir ter uma noite de sono profundo, mesmo sabendo que vidas e carreiras são destruídas pelo seu próprio ego.

Alexandre Prates - é especialista em liderança, desenvolvimento humano e performance organizacional. É também Master Coach, palestrante e autor do livro "A Reinvenção do Profissional - Tendências Comportamentais do Profissional do Futuro" e da metodologia de coaching "Inteligência Potencial".


Fonte:administradores.com.br




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