sábado, 12 de fevereiro de 2011

Encontro lança biografia de José de Alencar em Campo Grande

“Ele é um homem capaz de quebrar paradigmas”, resume Eliane Cantanhêde no perfil de José de Alencar, personagem da biografia que a jornalista lançou pela editora Sextante em 2010. Cantanhêde esteve ontem (10) em Campo Grande para o lançamento da obra e à tarde conversou com escritores na Fundação de Cultura do Estado (FCMS). O encontro contou com a presença do presidente da FCMS, Américo Calheiros.

No livro Amor à Vida: A saga de um brasileiro, Cantanhêde descreve a trajetória de vida do ex-vice-presidente da República, desde a infância até o final do segundo mandato. A obra, escrita com base em 7h30 de depoimento, conta a infância do menino autodidata, fruto de uma família de 15 filhos, que estudou até o primeiro ano do ginásio.

Nascido no ano de 1.931 em Iramuri - município da zona da mata mineira -, Alencar começou a trabalhar aos 14 anos e aos 18 montou seu primeiro comércio. Tornou-se um empresário bem sucedido e dono da maior companhia têxtil do País, a Coteminas, que mantém as marcas Santista, Artex, Garcia e MMartan, entre outras. O grupo possui 15 fábricas no Brasil, cinco nos Estados Unidos, uma no México e uma na Argentina com mais 15 mil funcionários.

Como empresário, José de Alencar envolveu-se com as associações patronais e buscou a interiorização das ações visando o desenvolvimento dos municípios. Iniciou a vida pública aos 60 anos como candidato ao governo de Minas Gerais. Perdeu a eleição, mas se elegeu senador, posteriormente, e depois vice-presidente da República por dois mandatos.

No segundo mais alto posto do País também quebrou paradigmas. O principal, segundo Eliane Cantanhêde, foram as relações entre líder operário e líder patronal, duas situações vividas por ele no decorrer de sua vida. As contradições no planalto são ainda maiores: “Ele é um homem de direita que participa de um governo de esquerda”, destaca a jornalista, ressaltando sua contribuição para o País.

No contexto pessoal, a luta de muitos anos contra uma grave doença fez dele um exemplo para a sociedade por sua vontade de lutar pela vida. “Ao falar abertamente sobre o problema ele acaba com o estigma do câncer e da colostomia”, acredita Cantanhêde.

Apesar de ressaltar as características positivas de Alencar, a jornalista não deixou de citar a ação de paternidade movida contra ele por uma suposta filha de 55 anos. Ao assunto foi destinado um capítulo do livro. Para o desenvolvimento da obra a escritora ouviu também familiares e amigos. O ex-presidente Lula foi o único que não quis contribuir. “O próprio José de Alencar telefonou para Lula, mas ele se recusou a dar seu depoimento”, comentou a jornalista.

A autora

Eliane Cantanhêde assina a coluna “Brasília” da Folha de São Paulo desde 1997. Nasceu no Rio de Janeiro, mas foi criada na capital federal, onde se formou em jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB). Ocupou cargos importantes na imprensa de circulação nacional como Jornal do Brasil, revista Veja, O Globo, Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo e o canal de televisão SBT.

 
Fonte:msnoticias.com.br








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