sábado, 7 de maio de 2011

Duas empresas vão produzir 3 milhões de peças após venceram licitação nacional do Ministério da Educação.

Empresas de Apucarana e Jandaia estão credenciadas a produzir 1,9 milhões de bonés, 862 mil camisetas e 254 mil bermudas. Elas venceram licitação nacional do Ministério da Educação. A inclusão do boné no kit do uniforme escolar está sendo comemorada pelo APL do Boné, ANIBB e ABIT e empresários boneleiros de Apucarana.

Porém, como houve demora no processo, empresários acreditam que não irão vender a totalidade destes lotes, porque dependem da adesão de prefeituras e estados.

A Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) acaba de concluir o registro de preços para cada peça do kit de uniforme escolar, de acordo com cada região do país. E, ao mesmo tempo, já disponibilizou os lotes para compra das prefeituras e governos estaduais de todo o Brasil.

Da região de Apucarana, duas empresas foram habilitadas como fornecedoras. Uma delas é a B2 Brindes, de Apucarana, e a outra é a Janbonés Indústria e Comércio de Bonés, de Jandaia do Sul. Elas estão autorizadas a produzir cerca de 1,932 milhão de bonés, 862 mil camisetas e 254 mil bermudas. Para comprar, prefeituras e governos estaduais devem fazer adesão à ata de registro do FNDE.

A conclusão do registro de preços do kit é considerada uma vitória dos empresários apucaranenses do setor, através de luta encampada pelo Arranjo Produtivo Local (APL) de Bonés e Associação Nacional das Indústrias de Bonés e Brindes (Anibb), com apoio da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (ABIT).

Com essa soma de esforços, os empresários conseguiram a inclusão dos bonés no kit de uniformes escolares. A expectativa do setor é que as compras governamentais possam beneficiar, a longo e médio prazo, outras empresas da região, principalmente de Apucarana, considerada a “capital nacional do Boné”.

Para o presidente da Anibb e coordenador de Imagem do APL, Valdenilson Vado Domingos da Costa, a aprovação do boné como parte integrante do kit e o registro de preços foi um grande passo para o setor, que vinha lutando para a sua inclusão.

Segundo Vado, o resultado para a economia local deve ser de longo prazo, já que as empresas da cidade devem começar a participar gradativamente das licitações. “Como o volume de compra para atender o ensino público é muito grande, com certeza as empresas vencedoras das licitações devem terceiriz ar a produção, e com isso mais empresas serão beneficiadas com o pregão, movimentando toda a cadeia produtiva”, informa.

O empresário Muriel Aguiar, proprietário da Janbonés, também prevê benefícios em longo prazo para o setor. Segundo ele, a inclusão do boné é uma conquista para a região, mas admite que a demora por parte do FNDE na conclusão do registro deve frustrar a produção esperada.

A empresa está habilitada a produzir 1.106.529 peças de bonés e 307.551 peças de camisetas. “O registro deveria ter saído em janeiro. Agora, a maioria das prefeituras e governos já negociou a compra de kits para entrega no início do ano letivo. A demora deve reduzir os pedidos”, diz. Segundo ele, o programa de compra do governo ainda deverá passar por alguns ajustes no próximo ano e sua empresa deve participar de novas licitações. “O valor do kit é bem mais em conta do que as prefeituras e governos estaduais conseguiriam comprar de forma isolada, já que o volume licitado pelo governo é muito grande. A expectativa é que as adesões aumentem nos próximos anos, chegando ao resultado esperado pelo setor”, diz. Ele também confirma que se os pedidos atingissem a produção aprovada, a sua empresa iria terceirizar parte do material, já que sua empresa tem potencial para produção de cerca de 300 mil peças de bonés/mês e o mesmo volume de camisetas.

Atraso na licitação prejudica vendas

Gilberto “Biba” Cavalini, da empresa B2 Bonés, também explica que não espera resultado imediato. Sua empresa ficou com lotes de 826.286 bonés, 555.325 camisetas e 254.683 bermudas. No entanto, ele prevê que a partir do segundo semestre as adesões devem aumentar, já que as prefeituras começam a se programar para o próximo ano. Com a demora na conclusão do registro de preços, o empresário diz que as empresas estarão habilitadas até maio de 2012 para atender pedidos das prefeituras e governos. Apesar do atraso, Biba considera uma grande conquista a inclusão do boné no kit escolar. “Toda a cidade será beneficiada, já que a produção de bonés e camisetas pode gerar mais empregos e movimentar mais a nossa economia”, completa.

O proprietário da B2 avalia ainda que todo o processo depende da contrapartida das prefeituras e governos, por meio de adesões à ata de registro do FNDE. “A partir dessas adesões poderemos passar a receber pedidos e iniciar a produção”, afirma.

ABIT destaca a conquista

Essa ação é considerada importante pela Abit, que vem defendendo junto à União a importância das compras governamentais como fator de desenvolvimento e inovação do setor têxtil e de confecções no País. “É uma iniciativa muito importante, pois são cerca de 50 milhões de estudantes na Educação Básica. Esperamos uma significativa adesão por parte das prefeituras e governos estaduais na aquisição desses kits. Trata-se de uma boa estratégia para o presente e o futuro, envolvendo a área educacional, que é fundamental para o desenvolvimento do País e da indústria”, argumenta Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit.

O registro de preços conduzido pelo FNDE/MEC dividiu o País em regiões. Ao todo, foram registradas cerca de 17 milhões de peças, que representam a possibilidade de fechamento R$ 183 milhões em negócios. Os Estados e Municípios poderão adquirir os lotes de uniformes escolares, aderindo a este programa. O kit é composto de camisetas, bermudas, calças, calções, saias, meias, blusões, boné e um par de tênis.

 
FONTE: TNONLINE

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