sábado, 12 de novembro de 2011

Trabalho Infantil Ainda Assombra a Iindústria Têxtil e do Vestuário


Um novo relatório das autoridades americanas aponta a Indústria Têxtil e de Vestuário como uma das principais utilizadoras de trabalho infantil ou forçado. Para a lista entrou este ano o Mali, que se junta, assim, ao triste rol de 17 países, onde constam ainda a Argentina, Brasil, Egipto e Turquia
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Trabalho infantil ainda assombra ITV
 Produtores de algodão, vestuário e calçado continuam a estar entre os principais transgressores no que respeita ao uso do trabalho infantil e forçado, segundo um novo relatório publicado pelo Departamento de Trabalho dos EUA.
Estas conclusões estão na mais recente actualização da “Lista de Bens Produzidos por Trabalho Infantil ou Forçado” que a agência governamental tem de produzir sob a lei Trafficking Victims Protection Reauthorization Act de 2005. A lista inicial foi publicada em Setembro de 2009, tendo a primeira actualização sido feita em Dezembro do ano passado.
Desta vez, o departamento avaliou um total de 130 artigos de 71 países e concluiu que 17 países produzem algodão com recurso ao trabalho infantil ou forçado – incluindo o trabalho infantil na produção de algodão do Mali.
Os outros 16 países permanecem inalterados em relação à última lista, incluindo a Argentina, Azerbaijão, Benim, Brasil, Burkina Faso, China, Egipto, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Paraguai, Tajiquistão, Turquia, Turquemenistão, Uzbequistão e Zâmbia. O relatório sublinha ainda que a Índia e o Nepal recorrem ao trabalho infantil e forçado para a produção de têxteis bordados, assim como o Bangladesh, China e Coreia do Norte para a produção de têxteis. Seis países (Argentina, China, Índia, Jordânia, Malásia e Tailândia) foram considerados culpados de violações na produção de vestuário e cinco países (Bangladesh, Brasil, China, Índia e Indonésia) no calçado.
«Estes relatórios fornecem uma visão geral dos esforços internacionais para proteger as crianças de trabalhos perigosos e identificar falhas críticas na política e implementação da mesma que os tornam vulneráveis», indicou a Secretária do Trabalho dos EUA, Hilda Solis. «Através de uma melhor educação e consciencialização e assistência crítica às famílias e governos podemos ajudar a fazer da exploração do trabalho infantil uma coisa do passado», acrescentou.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que mais de 215 milhões de crianças estejam envolvidas em trabalho infantil, enquanto os responsáveis americanos sublinham também que alguns países com números relativamente elevados de artigos na lista podem não ter os problemas mais sérios de trabalho infantil ou forçado. «Muitas vezes, estes são países que adoptaram uma abordagem mais aberta ao reconhecimento dos problemas, têm melhor investigação e permitiram que informação sobre estes assuntos fosse disseminada», refere o relatório. «Esses países incluem a Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, El Salvador, Índia, Quénia, México, Filipinas, Tanzânia, Turquia, Uganda e Zâmbia», aponta.
O relatório também aconselha as empresas e grupos industriais a implementar sistemas de cumprimento social para assegurar que não estão a lucrar com «graves abusos laborais» nas suas cadeias de aprovisionamento.

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