domingo, 8 de janeiro de 2012

Câmbio "Tira Roupa do Ceará"


Real valorizado deixou setor têxtil do estado no vermelho ano passado 


O Ceará deixou de ter superávit na comercialização de tecidos, tanto em relação a outros estados brasileiros, quanto nas trocas com o exterior. Em vista disso, a participação do setor têxtil nas exportações de industrializados na economia cearense caiu de 30,6%, em 2000, para apenas 8,32%, atualmente. 


Segundo a Agência Estado, 2011 "foi considerado perdido pelo setor", que amargou, somente no primeiro semestre, déficit de US$ 132,35 milhões, o maior da década. 


Apesar de reconhecer problemas como elevada carga tributária, infra-estrutura deficiente, burocracia e, principalmente o câmbio sobrevalorizado, o vice presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, observa que o Ceará está migrando para o ramo de confecções, que tem maior valor agregado, menor custo de mão-de-obra e necessita de menos espaço físico para operação do que as tecelagens. 


"Talvez o Ceará esteja pulando um estágio da produção. A produção de roupas não utiliza muita tecnologia, mas é um trabalho mais elaborado que a produção do tecido. Além disso, produzir tecidos exige mão-de-obra pouco qualificada e aí, o custo salarial faz a diferença", disse, acrescentando que até a China já está perdendo espaço para outros países asiáticos de mão-de-obra mais barata. 


"Sem dúvida, seria ideal unir o útil ao agradável e produzir, não apenas a roupa, mas também o tecido no Ceará. No entanto, se dentro da fábrica até se consegue melhorar a produtividade, o chamado "Custo Brasil" inviabiliza qualquer iniciativa", critica., destacando o efeito deletério do câmbio sobre a competitividade do setor.

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