terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Fábrica Joinvilense é Uma das Poucas no País a Fazer Roupas para Padres


Josiane Maioki é a responsável pela criação de peças exclusivas
mpresa abastece diocese do Distrito Federal e outros dez estados
Larissa Guerra | larissa.guerra@an.com.br

Vinte e duas mulheres atentas cuidam de peças trabalhadas, com bordados especiais, aplicações douradas e tecidos finos. Poderia ser uma malharia comum, mas nada na construção de dois andares é comum. Os santos enormes na recepção e as vestes penduradas em uma arara mostram que ali é um lugar de fé. De fé e de muito trabalho para fornecer peças para igrejas de todo o País.
Criada há doze anos pelo casal de empresários José Luciano Venske e Ângela Venske, a Gloriarte se tornou uma das poucas empresas no Brasil a fornecer vestes para padres, bispos e diáconos, além de fabricar toalhas, mantos e outras peças usadas nas celebrações da Igreja Católica. Entrar em um mercado pouco explorado e que demanda atenção para o desenvolvimento de peças exclusivas foi um desafio para a dupla, que hoje tem entre seus principais clientes a Arquidiocese de Brasília, no Distrito Federal, além de padres de outros dez estados.
— É um trabalho muito detalhista e que exige seriedade de quem está aqui conosco. Os padres são exigentes, prezam por produtos de primeira linha. O começo foi difícil, mas hoje em dia é comum até hospedarmos padres na nossa casa para que eles venham escolher as peças e conhecerem nossa linha de produção —, conta Ângela.
Para que o serviço seja personalizado, a designer Josiane Maioki é a responsável pela criação dos bordados e até das estampas que são aplicadas nos tecidos.
O tempo de produção de uma peça varia conforme as escolhas do cliente, já que em muitos casos os padres preferem encomendar as peças sob medida. Os preços, diz Ãngela, são condizentes também com o grau de personalização.
— É uma questão de negociar. Tem peça que pode custar R$ 1,7 mil se feita sozinha. Agora, se for uma encomenda de 400, 500 peças, o preço pode cair para R$ 700 —, explica.
Os bordados são feitos em máquinas, mas praticamente todo o trabalho é artesanal. No andar de cima da fábrica, as funcionárias dividem-se entre grandes mesas para o corte de tecidos e os acabamentos, enquanto outras ficam ao fundo trabalhando em máquinas de costura.E, para que o padre saia da fábrica com o pacote completo, a empresa decidiu também revender santos e peças usadas durante as missas, como cálices e sacrários.
O período de maior movimento começa logo após o Carnaval, mas neste ano os pedidos começaram a entrar mais cedo. Tanto que as mulheres nem pararam de trabalhar durante o feriadão.
Uma loja dentro de uma van
O fato de a Arquidiocese de Brasília ser a maior cliente da Gloriarte não surgiu por acaso. Enquanto Ângela gerencia a produção da fábrica, seu marido José Luciano é o responsável pelas vendas e pelo financeiro da empresa. Como conhecia alguns padres de lá, o empresário começou a atendê-los levando poucas peças e os atendendo direto nas residências. Os resultados da produção joinvilense foram tão grandes na capital federal que hoje José Luciano usa uma van como loja para atender a clientela.
A consagração do sucesso entre os padres brasilienses aconteceu em 2010, quanto a Gloriarte foi a fornecedora oficial das vestes usadas por clérigos durante a 16° do Congresso Eucarístico Nacional, realizado em Brasília. Na ocasião, a empresa chegou a fabricar 500 casulas – uma batina mais elaborada –, e 350 estolas especiais para a ocasião. Todos foram vendidos durante os três dias do evento.

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